Não há nada estático, a não ser a
sensação de estaticidade.
A realidade está em trânsito, em
fluxo constante e só há o uno múltiplo das coisas. A realidade não é mais real
ou menos real, ela é simplesmente aquilo que é e como se apresenta. A única
permanência é a impermanência. Essa é a imagem imperturbável do
tempo.
A vida é um rio que corre. Qual a
sua fonte? Para aonde ele vai?
Qual o teu rio? Qual a tua fonte?
O que é jogado para dentro do teu
rio? O que pode atrasar o seu fluxo?
A liquidez da água mostra que ela
pode moldar-se.
Coloque a água no copo.
Coloque a água em uma vasilha.
Coloque a água em um tanque.
Certamente a água se amoldará ao
seu espaço.
No entanto ela estará sob o
limite do espaço nos quais ela estiver enclausurada.
A mente presa a um espaço, não
progride.
A mentalidade estreita pelos sentidos
do ter, nunca será.
Não adianta dizer ao animal para não beber a água da lama se ele está com sede e irracionalmente bebe de
qualquer água que está a sua frente.
É perda de tempo.
Mas tu, Ó ser humano dotado de
razão, porque insistes em beber água de lama, depois que bebestes água limpa?
A água pode desaparecer e
evaporar-se.
O perigo de não conhecer a sua
grandeza constitui-se em uma grave ameaça existencial para o ser humano. No
entanto, mais grave ainda é não reconhecer aquele que lhe conferiu tal grandeza.
Desejar a água do outro é sinal de
que a sua própria água foi desprezada. Desejar o do outro é a denuncia
psicológica de sua total incapacidade (...) é entregar-se ao nada, ao caos na
existência.
O que você ver? Sinceramente
falando. O que você ver?
Dos “eus” que em ti existem, qual
deles é o menos mentiroso? Qual deles sabota a tua vida? Qual deles impede o
teu fluxo, o teu rio?
Qual verdade procuras? De quais
tens medo? Se tens medo da verdade, por que a procuras? Se tua ilusão te é
suficiente para esta Biovida, qual vida procuras?
Se queres andar, respondas a ti mesmo,
a ti mesma, onde teus pés estão preso? Se deseja progresso, responda, porque mantém
suspensa a tua racionalidade? Alguém disse no passado que a vida é um absurdo,
pois bem, a absurdidade da vida é que a cobra é mais prudente do que a pomba.
Para de olhar as questões e
enxerga de uma vez por todas as evidencias!
Porque se encurvou o teu corpo que
antes era reto? É o encurvamento que reduz a visão. Mede os espaços (...) não é
sábio esticar as pernas para alcançar a meta quando deixastes o teu corpo na
largada.
Agora a chuva cai (barulho de
chuva após a janela).
Há um ano novo, mas a vida que é
rio que corre, nunca foi a mesma.
Ontem, estou mais longe do que
hoje, mas perto do amanhã.
O mundo desaba e desabará, mas a
vida deve permanecer intacta.
A foice levantada para cortar a
árvore se ergue e desce, mas o ar que ela transpassa, continua inabalável!
A sabedoria consiste em não ter ainda alcançado a sabedoria: chegar é um sonho.
O que resta?
Erga as velas do teu barco e não
se preocupe se há vento, acredite, haverá vento.
Liberdade é ser esse rio que vai
sem nunca esquecer a sua fonte.
Um novo ciclo se iniciou. Há uma
nova contagem.
Não há nada lá fora.
Para aonde corre o teu rio?