terça-feira, 9 de março de 2021

Interstícios

 



Aprisiona-se os limites do corpo (...) dos passos.

O pensamento é livre!

Toca com os sentidos sem precisar de mãos.

Chega antes dos pés.

Mora sem estar.

Não precisa de lucidez: dormindo, fala.

O gosto não é apenas do paladar, é também das percepções.

Saboreia-se memórias.


Doce.


instintivamente no instante.

O pensamento é fixação que virou vento.

Tomba sem cair.

A vida tornou-se urgente (...) nada mais é feito fracionariamente.

Procrastinar é crime.

O sábio degusta a fruta (...) não tem pressa de acabar.

Toda pressão para a frente, recebe, indubitavelmente, uma pressão para trás.

Aquiete-se enquanto podes sorrir.

Tudo que dura para sempre um dia acaba.

Não faça promessas (...)

Sejas tão somente a próxima palavra.

O próximo suspiro...

Há uma poda maléfica: aquela que é feita sem consentimento.

Ao tocar alguém tenha a decência de saber que, há uma história ali e não um mero corpo.

Passe a limpo as suas palavras com as águas silenciosas da prudência.

...e depois, cala-te.

Aquele sorriso de canto de boca, pode não ser deboche.

Quem sabe, um vento trouxe o cheiro de manga espada?

Sim! Manga espada corta gosto azedo. 

E a noite, antes de dormir, desenhe as estrelas com o pincel colorido de seus olhos.

Deite...

Durma.

Sonhe.

A existência é breve e nasce a cada manhã.

Quando acordar faça uma oração de olhos fechados (...)

Cuidado com as sandálias, talvez elas tenha virado asas.

Então, assim (...) voe.



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